A questão do gênero é destaque no Plano Global da Segunda Década de Ação pela Segurança no Trânsito 2021-2030 lançado em outubro de 2021. Ela está junto a outras seis medidas que devem ser tomadas para evitar que mais 13 milhões de pessoas morram e 500 milhões fiquem feridas por causa de colisões e atropelamentos.

O Plano Global descreve o que é necessário para atingir essa meta e convoca governos e parceiros a implementarem uma ABORDAGEM DE SISTEMAS SEGUROS INTEGRADA e para isso ela precisa de mulheres nas tomadas de decisão:
“As questões de segurança no trânsito se aplicam de maneira diferente a homens e mulheres por uma variedade de razões físicas, comportamentais e sociais. Apesar da maior vulnerabilidade das mulheres durante um sinistro, elas têm muito menos probabilidade de morrer nesses eventos do que os homens.
Quando elas morrem, geralmente é em diferentes circunstâncias, como pedestres e passageiras de automóveis, em vez de condutoras de automóveis e motociclistas. Isso reflete em parte o maior número de deslocamentos motorizados feitos por homens. Também reflete as diferenças de gênero ao assumir riscos. As evidências sugerem que os condutores do sexo masculino estão ssociados a um risco 2 a 4 vezes maior por km do que as mulheres, mesmo levando em consideração que os homens usavam predominantemente os meios de transporte mais perigosos, incluindo transporte e ocupações relacionadas.
Existem também grandes diferenças de gênero nos padrões de lesões de trânsito. As mulheres têm um risco 47% maior de lesões graves em um sinistro de automóvel do que os homens e cinco vezes mais risco de lesão cervical. As diferenças intrínsecas de gênero com relação ao esqueleto podem ser uma das possíveis razões para a maior incidência de lesões em mulheres.
Contudo, a maioria dos testes regulatórios que avaliam a segurança dos ocupantes do veículo usam apenas modelos do sexo masculino médio e, portanto, não refletem as características físicas específicas e as necessidades das mulheres. Como tal, o seguinte deve ser considerado como parte da implementação do Sistema Seguro: Os regimes da política de transporte devem fornecer um ambiente propício para que homens e mulheres compartilhem uma mobilidade segura, protegida, acessível, confiável e sustentável e a participação não discriminatória no transporte.
Mais mulheres devem estar envolvidas no setor de transporte e seus processos, como operadoras de sistemas de transporte, tomadoras de decisão no desenvolvimento de sistemas regulatórios e políticos, como engenheiras e designers e em todo lugar. É necessário um maior enfoque nas diferenças de gênero em relação ao projeto e à construção de todos os aspectos
da infraestrutura de transporte. Por exemplo, o projeto do veículo precisa ser modificado para acomodar as diferenças na ergonomia entre os gêneros, o dummy [boneco de teste] EvaRID é um bom exemplo de como isso pode ser alcançado quando tiver sido validado com sucesso por testes regulatórios.“