A Secretaria Municipal de Mobilidade apresentou na última reunião da Câmara Temática da Bicicleta (CTB) o status do Plano Cicloviário da Capital previsto para 2020. Até o di a 3 de dezembro, a gestão Dória/Covas havia entregado 53,34 quilômetros de nova infraestrutura e 60,26 quilômetros estavam em fase de sinalização. A apresentação ainda mostra que 49,64 quilômetros estavam obras, totalizando 166,23 quilômetros ou 96% da meta prevista de 173,53 quilômetros prometidos para 2020. No mesmo quadro, a SMT também informou que outros 23,89 quilômetros estavam para ser iniciados ainda neste mês.

Apesar de estar cumprindo com a meta numérica do Plano de Metas da cidade, a SMT não vai cumprir com a meta do Plano Cicloviário, que prevê ciclovias em duas pontes, dois viadutos e duas passarelas.

A falha no cumprimento da meta de pontes foi causada pela ineficiência da SMT na elaboração de dois editais de concorrência que contratariam empresas para construir 54 quilômetros de ciclovias, incluindo as pontes do Jaguaré (foto que abre a matéria), Cidade Universitária e Freguesia do Ó, bem com os viadutos Itinguçu, Pompéia e Bresser. O tribunal suspendeu as licitações por ter encontrado falhas nos editais.
Sem as pontes e via estruturais previstas nesses editais (veja matéria aqui) restou à SMT espalhar ciclofaixas pela cidade paera cumprir a meta. Para isso, tem promovido inclusões de vias em aditamento de contratos de manutenção de ciclofaixas já existentes. O modelo de contratação se dá utilizando atas de preços idealizadas na gestão anterior, do Fernando Haddad (PT), que tinha como secretário de Transportes o Jilmar Tatto. Naquela concorrência anunciada em 2016 (suspensa pelo TCM e retomada só em 2017 na gestão Dória), foram organizadas as contratações e execução da manutenção da malha cicloviária a partir de 11 agrupamentos de ruas e regiões em que são estabelecendo os preços, tipo e quantidades de serviços e matérias primas a serem usadas por onze empresas diferentes.
Um desses aditivos foi publicado alguns dias atrás e prevê 19 quilômetros de novas ciclofaixas em locais ainda não prioritarios, como na avenidas Diógenes de Lima, São Gualter e Nazaré Paulista, no Alto de Pinheiros. Nesse mesmo bairro, uma curiosidade: o quadro anexo ao contrato mostra larguras de ciclofaixas incompativeis com as apresentadas na cidade quje em geral, não passam de quatro metros quando são bidirecionais (mão dupla). Na rua dos Semaneiros, que ligará a Praça do Por do Sol até a estação CPTM Cidade Universitária , a largura prevista da estrutura é de 7,72 metros. Foi pedida uma explicação para assessoria de imprensa da SMT sobre quais critérios usaram para definir a largura da ciclofaixa mas o setor não enviou qualquer resposta.
