A Associação Aliança Bike produziu uma pesquisa inédita sobre a vida dos ciclistas entregadores e que será divulgada hoje durante um debate com gente do Aromeizero, Ciclocidade, Ifood, Tembici e um representante da classe.
A pimenta do debate será a reportagem que o El País Brasil publicou nesta tarde. A manchete diz que há entregadores que viram 24 horas trabalhando e é comum a presença de menores de idade.
A reportagem trouxe experiências reais que retratam o perfil dessa nova classe de trabalhadores e como jornalismo tende a trazer declarações que exemplifiquem os dados da pesquisa, algumas delas seja pelo ineditismo, seja pela indignação, merecem ser apresentadas.
O repórter Gil Alessi trouxe alguns extremos, como o rapaz que afirmou ficar com o aplicativo ligado 24 horas de sábado para domingo ao invés de ir dormir na praça com outros colegas de trabalho bem como a pesquisadora socióloga que afirmou serem as condições desse serviço análogas à escravidão.
A despeito de atitudes e opiniões mais extremas, a reportagem traz exemplos reais e que ilustram a pesquisa. Ela mostra um cotidiano exercido por homens jovens, pretos, pobres, da periferia e que trabalham muito, ganham pouco mas ao que parece, se divertem e em alguns casos também colecionam mais sucessos do que fracasso.
Uma pergunta é bem ilustrativa do anseio dos jovens que trabalham na atividade.
O que faria a diferença nessa vida como ciclista entregador? Para 35% dos entrevistados, um seguro de acidentes e afastamento do trabalho.
O estudo da Aliança Bike é técnico, foi conduzido pela Glauce Pereira e supervisão do Daniel Guth, com 270 entregadores em diversos pontos de encontro da capital.