KUALA LUMPUR, 5/12 (Thomson Reuters Foundation) – A implementação de estratégias verdes como ciclovias e códigos de construção modernos nas 94 maiores cidades do mundo pode gerar US$ 583 bilhões em benefícios e ainda combater a mudança climática, afirma pesquisa da rede global de cidades C40.
As cidades identificaram o transporte, os edifícios e a indústria como prioridades a serem incorporadas nas políticas de mudança climática. Ao adotá-las, incentivariam grandes investimentos e evitariam 22 mil mortes prematuras, pois as pessoas vivem e trabalham por mais tempo.
“Esta pesquisa quantifica e fornece evidências aos prefeitos que ja sabem há muito tempo o que é verdade: tomar medidas climáticas ousadas também melhora a saúde pública”, disse o diretor executivo da C40, Mark Watts, em um comunicado.
“Não há mais nenhum sacrifício para as cidades entregarem políticas que beneficiam o meio ambiente, impulsionam o crescimento econômico e melhoram a saúde dos cidadãos”.
As cidades são fundamentais na luta contra as alterações climáticas, de acordo com a International Finance Corporation (IFC) do Grupo Banco Mundial.
Mais da metade da população mundial vive em cidades. Elas consomem mais de dois terços da energia mundial e respondem por mais de 70% de todas as emissões de dióxido de carbono, diz a IFC.
Pesquisadores do C40 disseram que as cidades devem implementar políticas de caminhada, ciclismo e trânsito em massa, introduzir padrões de emissão rigorosos, promover veículos com emissões zero e estabelecer áreas de emissão zero.
As cidades também devem adotar regulamentos rígidos para novos edifícios e reformar os prédios mais antigos para melhorar os sistemas de aquecimento, ventilação, ar condicionado, aquecimento de água e iluminação, acrescentaram os pesquisadores.
A indústria e as empresas devem usar tecnologias de eficiência energética. Captura de emissões, manutenção e monitoramento são importantes para que as metas climáticas sejam alcançadas, disseram eles.
Concentrando-se em abordagens verdes para transporte, edifícios e indústria, as cidades poderiam reduzir as emissões de gases do efeito estufa em 87% e os perigosos poluentes atmosféricos conhecidos como PM2.5 em 49%, de acordo com os pesquisadores.
“Onde está o problema em termos de emissões, é também onde está a solução”, disse Milag San Jose-Ballesteros, diretora da C40 Cities em Cingapura.
“Não são excludentes o desenvolvimento de baixo carbono e a construção de cidades saudáveis”, disse ela à Thomson Reuters Foundation por telefone na quarta-feira.
Embora muitas cidades C40 já tenham identificado ou implementado algumas das medidas sugeridas no relatório, as três áreas-chave da pesquisa precisavam ser totalmente refletidas nas estratégias até 2020 e vigentes ou adotadas até 2030, acrescentou.
(Reportagem de Michael Taylor).
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