Helsinque, capital da Finlândia, não registrou nenhuma morte de trânsito em um ano

Helsinque não registrou nenhuma morte no trânsito nos últimos doze meses, confirmaram autoridades municipais e policiais no final de julho. O óbito mais recente na cidade ocorreu no início de julho de 2024, em Keinulaudantie, no distrito de Kontula.

As autoridades consideram a situação excepcional. “Muitos fatores contribuíram para isso, mas os limites de velocidade são um dos mais importantes”, disse Roni Utriainen, engenheiro de trânsito da Divisão de Meio Ambiente Urbano da cidade.

Ele explica que mais da metade das ruas de Helsinque agora têm um limite de velocidade de trinta quilômetros por hora devido a uma medida fundamental: no início do verão europeu, a cidade decidiu aplicar essa limitação em todas nas ruas do entorno de todas as escolas, a partirem do início do ano letivo que começa em em agosto.

Desenho inteligente e mais fiscalização

Para exibir o título de cidade livre de sinistro de trânsito fatal, o desenho das ruas protagonizou papel fundamental e a infaestrutura para pedestres e ciclistas foi modernizada nos últimos anos. Além disso, a fiscalização se intensificou com a cooperação da polícia e mais câmeras de trânsito e sistemas automatizados foram introduzidos.

Mas nada seria eficiente sem atacar a dependência do transporte individual. “O transporte público em Helsinque é excelente, o que reduz o uso de carros e, com ele, o número de acidentes graves”, observou Utriainen.

A tendência positiva vai além das mortes. Em 2024, houve 277 ocorrências de trânsito com feridos em Helsinque — muito diferente dos quase 1.000 sinistros não-fatais registrados anualmente no final da década de 1980, quando as mortes no trânsito na cidade se aproximavam de trinta por ano.

Esforço de longo prazo compensa

A atual estratégia de segurança no trânsito de Helsinque, que abrange o período de 2022 a 2026, está quase concluída. O foco tem sido melhorar a segurança de crianças, jovens, pedestres e ciclistas com faixas de pedestres mais seguras e um projeto de cruzamentos mais inteligente.

Grande parte do planejamento foi baseado em dados, possibilitado por ferramentas aprimoradas de monitoramento de tráfego. Utriainen atribuiu a melhoria a décadas de esforço contínuo. “A direção tem sido positiva há anos”, disse ele, relembrando que nenhum pedestre morreu no trânsito de Helsinque em 2019.

A educação no trânsito também melhorou, mas Utriainen enfatizou que o crédito é de todos os usuários do sistema— motoristas, ciclistas e pedestres.

Desafio dos patinetes

Um desafio mais recente tem sido o uso generalizado de patinetes elétricos. “Eles se tornaram populares há cerca de cinco anos, de forma um tanto inesperada. Mas, desde então, muitas soluções foram implementadas”, disse Utriainen.

A meta de longo prazo da União Europeia é zerar as mortes no trânsito até 2050 valendo-se da política conhecida como Visão Zero. É alcançável ou apenas uma ilusão? “Para nós, o mais importante é como a meta orienta nossas ações cotidianas”, revela Utriainen. “Nosso objetivo é avaliar todas as nossas decisões com base no impacto a longo prazo”, concluiu.

Com informações do noticiário local e da agência de notícias finlandesa.

Foto de Olfin: hora do rush em Otamieni ,Heksinki


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