Nova York passa a cobrar taxa de congestionamento para veículos transitarem no centro

 Dave Colon – do StreetsBlog

Depois de décadas sendo apenas uma ideia, começou domingo (5/01/2025) a era do taxa de congestionamento na Cidade de Nova York. Foi uma tentativa fracassada nos anos 2000 pelo então prefeito Mike Bloomberg, depois uma tentativa bem-sucedida na década de 2010 por defensores do meio ambiente e do trânsito, com uma eventual ajuda do ex-governador Andrew Cuomo que, agora, mais do que tudo, quer que você esqueça que ele foi o cara que arregaçou as mangas em Albany (capital do Estado de NY) para tornar isso possível.

Se você é um motorista e está procurando um vilão fora do espelho do seu banheiro, ele se chama Cuomo (ex-governador do estado de Nova York), e será sempre lembrado como um cara terrível. Mas se você é um passageiro de transporte público, pedestre, ciclista ou até mesmo aquele motorista animado com esta nova era da cidade de Nova York, você deve estar feliz com a taxa de congestionamento.

Com todos os seus benefícios, ela sobreviveu ao ex-governador envergonhado, que passou o último ano tentando convencer eleitores a se esquecerem de que foi ele mesmo, lá na capital, Albany, que trabalhou para ela tornar-se realidade.

A taxa de congestionamento sobreviveu até mesmo à montanha-russa da sucessora de Cuomo. A atual governadora Hochul primeiro abraçou a medida entusiasticamente, em seguida se acovardou da maneira mais estúpida, resolvendo depois retomá-la, com valores de cobrança menores. A taxa sobreviveu também a vários desafios judiciais baseados em uma noção distorcida de que a Constituição dos Estados Unidos garantiria o direito de dirigir um carro de graça na área mais congestionada e rica em trânsito dos Estados Unidos. (Lembrete: pedágios existem!)

Mas aqui estamos! Conseguimos!

Então, quando exatamente começou?
Exatamente às 12h00m01 da manhã de domingo, 5 de janeiro de 2025.

E quais são todas — literalmente todas — as taxas e horários?
Aperte o cinto, porque há um monte de números para você:

No nível mais básico, o pedágio para dirigir na área de Manhattan abaixo da 60th Street (rua 60) tem um período de pico das 5h às 21h de segunda a sexta, e das 9h às 21h no sábado e domingo. As horas restantes são consideradas o período “noturno”.

Agora vamos rever todos os preços atuais (tendo em mente que todas as taxas abaixo aumentarão 33% em 2028 e depois outros 25% em 2031):

  • Veículos de passageiros regulares: US$ 9 (hora de pico) e US$ 2,25 (fora do pico). Uma cobrança por dia, não importa quantas vezes um motorista entra, sai e retorna.
  • Caminhões pequenos e ônibus fretados: US$ 14,40 (pico) e US$ 3,60 (fora do pico).
  • Carretas: US$ 21,60 (pico) e US$ 5,40 (fora do pico). Ao contrário dos carros, ambas as classes de caminhões comerciais são cobradas cada vez que entram no perímetro de cobrança.
  • Ônibus intermunicipais de transporte urbano em horários fixos e ônibus escolares amarelos com contratos municipais para transportar alunos estão isentos do pedágio: Nenhum pedágio.
  • Ônibus de turismo: US$ 21,60 (pico) e US$ 5,40 (fora do pico).
  • Motocicletas: US$ 4,50 (pico) e US$ 1,05 (fora de pico).
  • Passageiros de táxi amarelo ou verde: 75 centavos por viagem.
  • Passageiros de Uber/Lyft: US$ 1,50 por viagem.
Quadro com os valores pagos na hora de pico (peak), noturna (overnight) para quem tem E-Z Pass (tipo Sem Parar) em roxo e para quem não tem o sistema instalado, em verde).

Mas esses são apenas os números do E-Z Pass . Não há outra maneira de pagar?
Se um motorista não tiver o E-Z Pass (um tipo de Sem Parar), os pedágios ficarão 50% mais altos, e a conta será enviada a você.

Essa, claro, é a teoria, mas como qualquer pessoa familiarizada com câmeras de fiscalização de trânsito sabe, dezenas de milhares de infrações por excesso de velocidade ou avanço de sinal vermelho nunca são punidas porque a câmera ou não consegue ler a placa ou porque a placa em si é falsa e, portanto, não registrada n endereço do proprietário do carro.

O Departamento de Transporte da cidade registra os números de placas ilegíveis, e o especialista em dados Jehiah Czebotar os visualiza a cada trimestre em seu site. A conclusão? Duas em cada nove violações de velocidade registradas na cidade de Nova York foram rejeitadas em setembro de 2024 (o mês mais recente para o qual há dados) porque o veículo tinha uma placa temporária, uma placa danificada ou ilegível ou nenhuma placa detectada.

Os dados da cidade mostram que os maiores infratores são motociclistas ou condutores de ciclomotores que não têm as placas obrigatórias. Esses motoristas também estão sujeitos a pagar taxa de congestionamento.

O mais alarmante são as dezenas de milhares de infrações por excesso de velocidade que não eram passíveis devido à placa temporária. O DOT não pode acessar informações de endereço para placas temporárias legítimas de fora do estado, nem pode (obviamente) emitir uma multa para um motorista com uma placa falsa porque o objetivo de comprar ilegalmente uma placa temporária falsa é evitar a responsabilização.

A MTA, por ter uma força policial, tem acesso aos dados do DMV (Detran) estadual para placas temporárias legítimas e diz que apenas 1,5% de suas transações de pedágio são não faturáveis. Mas um porta-voz confirmou na noite de sábado que “há alguns estados dos quais não recebemos informações de placas temporárias”. (A agência disse que forneceria a lista na segunda-feira.)

E as câmeras de precificação de congestionamento da agência não poderão multar motoristas com placas temporárias falsas. A agência faz parte de uma força-tarefa do Polícia de Nova York, da Polícia Estadual, do DOT e de outras agências para prender esses motoristas.

Violações de câmeras do NYC DOT descartadas por vários motivos em 2024. Dados: DOT/Gráfico: Jehiah Czebotar

Onde os motoristas pagam o pedágio?
Sempre que uma pessoa dirige ao sul da Rua 60 em Manhattan, uma câmera de pedágio registra a viagem. Mas há algumas exceções: se você estiver indo para Manhattan pela Queensboro Bridge, não pagará se sair da ponte diretamente para a Rua E. 62nd e depois continuar sua viagem para o centro da cidade.

Para esclarecer, os moradores de Battery Park City pagarão o pedágio de congestionamento quando dirigirem para casa de fora da zona, mas não pagarão se dirigirem dentro da zona.

Pedágio será cobrado dentro da área formada pela linha verde, vindo desde a Rua 60 até o sul de Manhattan, área mais movimentada e rica da cidade


Os motoristas também não pagarão se toda a viagem ficar restrita à zona comercial, ou se entrarem nela via West Side Highway ou pela FDR Drive e não saírem dessa estrada para acessar, digamos, o Brooklyn Battery Tunnel (ou vice-versa).

Além disso, no ano passado, a MTA disse ao Tribeca Citizen que os motoristas que vão de Battery Park City para outros destinos dentro da zona comercial não serão cobrados, mesmo que atravessem a West Side Highway. (É claro que os moradores de Battery Park City, assim como todos os moradores de Manhattan ao sul da 60th Street, serão cobrados quando saírem da rodovia, saírem ao norte da 60th Street e voltarem ao sul da 60th Street).

E há subsídios para alguns motoristas que entram por pontes e túneis já pedagiados, certo?
Sim, e isso é uma loucura se você tem acompanhado a oposição da cidade de Nova Jersey à precificação de congestionamento. Seus motoristas — que tendem a ser mais ricos do que a renda média da área — nem pagam tanto.

Se você dirigir um carro para Manhattan durante o período de pico de pedágio pelo Lincoln Tunnel ou Holland Tunnel, você ganha um crédito de pedágio de US$ 3 — o que significa que você paga apenas US$ 6 a mais do que o pedágio não controverso que você já está pagando.

Motoristas que entram pelo Queens-Midtown Tunnel ou pelo Brooklyn-Battery Tunnel ganham um crédito de US$ 1,50, enquanto motociclistas ganham créditos de US$ 1,50 e 75 centavos. Esses créditos aumentarão em conjunto com os aumentos nos pedágios definidos para 2028 e 2031.

Pequenos caminhões e ônibus recebem um crédito de US$ 7,20 se entrarem pelo Lincoln Tunnel ou Holland Tunnel e US$ 3,60 pelo Queens-Midtown ou Brooklyn Battery.

Grandes caminhões e ônibus turísticos recebem um crédito de US$ 12 pelos túneis Lincoln e Holland e um crédito de US$ 6 pelos túneis Queens-Midtown e Brooklyn-Battery.

O pedágio de pico de US$ 9 parece muito baixo. Se o pedágio realmente refletisse os danos que os motoristas causam à nossa cidade na forma de congestionamentos que destroem a produtividade, poluição prejudicial aos pulmões, acidentes que privam a segurança e o custo econômico da redução da qualidade de vida, a taxa não deveria ser maior?

Olha, uma atitude pioneira no país como essa precisa ser aplicada de fato e não apenas em planilhas e teorias (sem ofensa aos criadores de planilhas e teorias). Para realmente implementar uma política controversa — e as pesquisas de fato mostram que o preço de congestionamento não é popular — os políticos escolheram tornar o preço palatável para a população em geral e dentro da pequena caixa de coragem política que eles raramente abrem.

Então, isso significa que, mesmo que o preço correto do pedágio fosse de US$ 80, os políticos devem deixar de lado o que é tecnicamente certo para atingir o possível. Caramba, até o economista Charles Komanoff, que descobriu que cada viagem de carro para o baixo Manhattan custa US$ 100 a outros motoristas, estava OK com o pedágio de US$ 15 que será cobrado dos motoristas até 2031.

Nota do Editor: a arrecadação obtida com a taxa do congestionamento (pedágio urbano) em Nova York é estimada em 15 bilhões de dólares. Será revertida para a estatal Autoridade dos Transportes Metropolitanos (MTA) durante os anos de 2025-2028, que deve melhorar o transporte publico. A empresa do governo estadual opera os ônibus, trens, metrôs, pontes e barcas da região metropolitana.

Tradução do Viduedo com apoio do Google Translator.


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