Adriana Marmo: O movimento que renova a vida

Adriana Marmo, 58 anos, aprendeu a andar de bicicleta aos 13, desafiando o medo da mãe. Crescida em Limeira, trocou a medicina veterinária pelo jornalismo influenciada por um primo. Em Roma, percebeu o prazer de pedalar, revertendo sua visão sobre mobilidade ao voltar a São Paulo. Após desapegar de seu carro, tornou a bicicleta seu meio de locomoção diário. Hoje, coordena a comunicação do gabinete da vereadora Renata Falzoni, vivendo com a bicicleta uma metáfora de renovação e liberdade.

Ciclovia avenida Paulista faz 10 anos como resultado da luta por uma cidade melhor

A ciclovia da avenida Paulista completa dez anos neste sábado, 28 de junho de 2025, marcando uma década de transformação na paisagem e na mobilidade urbana de São Paulo. Inaugurada em 2015 durante a gestão do prefeito Fernando Haddad (PT), a ciclovia tornou-se um símbolo de civilidade, atraindo cerca de 3 mil ciclistas por dia e integrando-se ao cenário turístico da cidade.

Sua construção, no entanto, enfrentou forte oposição política. Críticos, incluindo setores conservadores, políticos antipetistas e veículos de comunicação, tentaram impedir a obra, alegando superfaturamento e motivações eleitoreiras. A ciclovia também foi alvo de judicialização, com uma ação do Ministério Público que paralisou temporariamente as obras, revertida após protestos massivos de cicloativistas.

A luta por segurança cicloviária na Paulista remonta a anos anteriores, marcados por tragédias. Em 2009, a cicloativista Márcia Prado foi morta por um motorista de ônibus, seguida por outros casos, como o da bióloga Juliana Dias (2012) e do entregador Marlon Moreira (2014). Um dos episódios mais chocantes foi o atropelamento de David Silva em 2013, que perdeu um braço e inspirou protestos que pressionaram Haddad a priorizar a infraestrutura cicloviária.

Apesar do sucesso inicial – com a expansão de ciclovias e programas como o Paulista Aberta –, avanços foram interrompidos após 2016, com a eleição de João Dória (PSDB), que descontinuou políticas de mobilidade ativa. Atualmente, a ciclovia da Paulista permanece, mas enfrenta riscos devido à falta de conexões e pressões para reduzir infraestrutura cicloviária em favor de motos.

A ciclovia da Paulista é um legado da resistência cicloativista, mas seu futuro depende do compromisso com a mobilidade sustentável. Sua história reflete conquistas e desafios, lembrando que a luta por uma cidade mais humana e segura para ciclistas ainda continua.
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