Ciclovia avenida Paulista faz 10 anos como resultado da luta por uma cidade melhor

A ciclovia da avenida Paulista completa dez anos neste sábado, 28 de junho de 2025, marcando uma década de transformação na paisagem e na mobilidade urbana de São Paulo. Inaugurada em 2015 durante a gestão do prefeito Fernando Haddad (PT), a ciclovia tornou-se um símbolo de civilidade, atraindo cerca de 3 mil ciclistas por dia e integrando-se ao cenário turístico da cidade.

Sua construção, no entanto, enfrentou forte oposição política. Críticos, incluindo setores conservadores, políticos antipetistas e veículos de comunicação, tentaram impedir a obra, alegando superfaturamento e motivações eleitoreiras. A ciclovia também foi alvo de judicialização, com uma ação do Ministério Público que paralisou temporariamente as obras, revertida após protestos massivos de cicloativistas.

A luta por segurança cicloviária na Paulista remonta a anos anteriores, marcados por tragédias. Em 2009, a cicloativista Márcia Prado foi morta por um motorista de ônibus, seguida por outros casos, como o da bióloga Juliana Dias (2012) e do entregador Marlon Moreira (2014). Um dos episódios mais chocantes foi o atropelamento de David Silva em 2013, que perdeu um braço e inspirou protestos que pressionaram Haddad a priorizar a infraestrutura cicloviária.

Apesar do sucesso inicial – com a expansão de ciclovias e programas como o Paulista Aberta –, avanços foram interrompidos após 2016, com a eleição de João Dória (PSDB), que descontinuou políticas de mobilidade ativa. Atualmente, a ciclovia da Paulista permanece, mas enfrenta riscos devido à falta de conexões e pressões para reduzir infraestrutura cicloviária em favor de motos.

A ciclovia da Paulista é um legado da resistência cicloativista, mas seu futuro depende do compromisso com a mobilidade sustentável. Sua história reflete conquistas e desafios, lembrando que a luta por uma cidade mais humana e segura para ciclistas ainda continua.
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Oficina Mão na Roda pede ajuda da comunidade para somar apoio contra despejo e encontrar novo local

A Oficina Mão na Roda confirmou oficialmente em uma carta o despejo do projeto de mecânica colaborativa da sala que tinha no Centro Cultural São Paulo desde 2014, em uma decisão unilateral da administração Ricardo Nunes (MDB). Com 15 anos de história, o projeto oferecia suporte para ciclistas serem autônomas na manutenção de bicicletas e promovia outras atividades de mobilidade ativa. A equipe busca apoio da comunidade para manter a atividades e encontrar um novo espaço.