Uma auditoria conduzida pelo Observatório da Mobilidade de Salvador entre junho e agosto de 2023 concluiu que os 310 quilômetros de infraestrutura cicloviária da capital baiana apresentam para usuários uma situação de risco a cada 300 metros. A nota média por quilômetro, de 3,9, é abaixo da média esperada, de 5.

O estudo foi financiado pela Fundação Rosa Luxemburgo e fundos do Ministério Federal para a Cooperação Econômica e de Desenvolvimento da Alemanha (BMZ). Utilizou o método Ideciclo, criado pela Associação Metropolitana de Ciclistas do Recife – Ameciclo.
“A quantidade de situações de risco observadas nas estruturas é estarrecedora, com
praticamente uma para cada 300 metros avaliados, significando que, a cada esquina, quem
está usando a estrutura cicloviária está exposto a algum risco”, diz o estudo.
Um dos pesquisadores que avaliou as estruturas chegou a classificar alguns trechos de ciclovias, ainda que segregadas, como aterrorizantes.
A melhor ciclovia foi a do BRT. “O que não é o ideal, uma vez que é uma estrutura totalmente isolada e com raros acessos, tendo sua qualidade melhor que as demais”, explica o relatório da auditoria, de Daniel Valença.
Já a melhores ciclofaixas estão nas avenidas Manoel Dias da Silva, com nota 5,8, o que, junto com a Carlos Gomes, são as únicas estruturas com nota média acima da média.
“Importante notar que todas as melhores estruturas estão na Área Consolidada da cidade (áreas centrais e de classe média), que tem média pelo menos 21% acima das demais infraestruturas nas regiões periféricas, mostrando que as desigualdades são ainda mais acentuadas territorialmente”, destacou estudo.
Foto da capa: Ciclovia do Rio Vermelho – Praia da Paciência, por Alex Simões.
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