Se você é pedalante de bicicleta e estará em São Paulo no sábado (13) terá a chance de estar com o créme de la créme do ecossistema do cicloativismo paulistano durante e depois da feira colaborativa BiciArte Festival, em sua segunda edição. Ela rola de 10 às 18 horas no Complexo Cultural Funarte da alameda Nothmann, nº 1058, no bairro de Campos Elíseos, a um quarteirão do Armazém do Campo e bem próximo das estações de Metrô, Marechal Deodoro e Santa Cecília, região central da capital paulista.
Para quem vem de bicicleta, há vários caminhos que desembocam na ciclofaixa que passa na porta. Leve sua trava, pois os paraciclos do Torroni estarão lá para você trancar a bici com segurança. Caso queira chegar no festival bem acompanhada, haverá uma pedalada que partirá da Praça Roosevelt. Concentração é 9h30 e a saída às 10h, percurso plano e seguro, indicado para iniciantes e crianças, para as quais haverá atividades especiais como a Pedalinha.
O Biciarte 2 tem tudo para ser marcante e deve ser a “festa da firma” da mobilidade ativa da cidade. A chance de estar no grande espaço da Funarte vai potencializar as possibilidades de interações e as idealizadoras esperam triplicar o público, que terá acesso a uma programação de excelência que mescla atividades culturais, filosóficas e físicas. Entre elas, o Sarau do Giu, as rodas de conversa sobre cicloativismo e cicloturismo, a competição da BiciLenta na qual ganha quem chegar por último, as oficinas de silk, zine e regulagem de bike, exposições manualistas e artesanais, muita música boa com DJs, Aline, M6IW e Itaoa e diversas bancas de venda de acessórios autorais feitos à mão voltados para quem pedala.
Em tempos de fragmentação do cicloativismo, o Biciarte aparece como um sopro de renovação nos ânimos para quem luta ou já lutou pelo direito de pedalar em São Paulo sem correr o risco de ser atropelado e pode ser entendido como um território fora da influência de marcas, patrões e políticos que normalmente influenciam o ativismo da bicicleta da cidade. Essas influências, nos últimos anos, de uma forma ou outra, provocaram uma cizânia na comunidade cicloativista que culminou, como maior exemplo, no encolhimento da Massa Crítica da cidade.
A manifestação horizontal e mundial, que acontece toda última sexta-feira do mês em uma centena de cidades, chegou a ter milhares de participantes paulistanos protestando pelo direito à locomoção por bicicleta, mas encolheu consideravelmente. Hoje, quando acontece, reúne não mais do que 10 a 30 ativistas.
É preciso destacar que o Biciarte é um evento com consciência social e de classe e que não conta com marcas ou produtos massificados. A entrada é gratuita mas se pede a doação de um quilo de alimento não perecível (menos sal) a ser destinada para ocupações e coletivos de moradia popular do centro. Terá água para beber à vontade (leve seu copo), e existe toda uma preocupação com acolhimento de grupos discriminados, como de pessoas trans, de imigrantes e refugiadas que têm a oportunidade de gerar renda com a oferta de gastronomia árabe, sulamericana e vegana e também da moda inclusiva.
Caso queira saber detalhes da organização do evento, eu e George Queiroz entrevistamos as idealizadoras do Biciarte, Suzana Nogueira, Márcia Fernog e Aleba no podcast A Bici Como Ela É!.
Publicada também no Brasil de Fato
Descubra mais sobre Jornal Bicicleta
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.
